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segunda-feira, 25 de abril de 2016

LIÇÃO 05 – A MARAVILHOSA GRAÇA (Rm 6.1-12)



INTRODUÇÃO

Nesta lição, veremos que a situação espiritual do homem, quer seja judeu ou gentio, destacada por Paulo na epístola
aos Romanos é de pecado generalizado. Todavia, Deus soberanamente decidiu, por sua graça, manifestar a salvação através
de Cristo Jesus. Pontuaremos as duas principais deturpações e as devidas refutações quanto a compreensão da graça que
surgiu na história da igreja; e, por fim, destacaremos ainda que, somente pela graça o homem pode ser salvo.

I – A SITUAÇÃO DO HOMEM E A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS
1.1 A condição pecaminosa dos judeus e gentios. Na epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo apresenta a situação geral
do gênero humano: “Ninguém é justo diante de Deus” (Rm 3.10-18). Portanto, os judeus não são melhores que os gentios,
pois ambos “estão debaixo do pecado” (Rm 3.9). Diversas passagens do AT mostram essa triste realidade (Is 59.4-8;
Ec 7.20; Sl 14.2-3; 53.2-3), pois todos estão corrompidos e precisam de um Salvador (Rm 3.13-18; Sl 5.9; 10.2-8; 36.1; Is
59:7-8). Em Adão todos pecaram (Rm 5.12), e consequentemente, estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23);
condenados (Rm 5.16); e, mortos (Rm 6.23-a).
1.2 A perfeição da Lei e a imperfeição do homem. Deus deu a Lei natural aos gentios (Rm 2.14) e a Lei de Moisés ao
povo de Israel (Rm 9.4), ambas condenaram ambos os povos (Rm 2.14; 23-25). Referindo-se especificamente ao Decálogo
(Dez Mandamentos), Paulo diz que: “o mandamento é santo, justo e bom” (Rm 7.12). Todavia, o homem não tem
condições de cumprir a Lei, por causa de seu estado de pecado (Rm 7.14-21). Aliás, quando forneceu a Lei ao homem,
Deus não tinha o propósito de que por ela, o pecador viesse a ser salvo, por isso, ele instituiu sacrifícios, porque sabia da
fragilidade humana (Lv 1.5; 16.33). Na verdade a Lei, segundo Hoff (1995, p. 66) foi dada com três objetivos: (a)
Proporcionar uma norma moral aos homens (Êx 19.4-6; 20.1-17); (b) demonstrar a natureza e o caráter de Deus (Lv
11.44,45; 19.2; 20.7,26; 21.8); e, (c) Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e revelar que, só pela graça, podemos
ser salvos (Rm 3.20; Gl 3.24,25).
1.3 A manifestação da salvação pela graça. Se o gentio e o judeu são igualmente culpados diante de Deus e não podem
por si mesmos serem justos, como poderá o homem ser salvo? Paulo nos responde: “Porque o salário do pecado é a morte,
mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23). Embora o homem merecesse a
separação eterna de Deus por causa de sua rebeldia deliberada, por sua graça, ou seja favor imerecido, Deus revolveu
conceder gratuitamente a vida eterna aqueles que não merecem. Portanto “a graça divina é, então, Deus mesmo renunciando
ao exercício do justo castigo por sua livre e soberana decisão” (ALMEIDA, 1996, p. 28).

II – A GRAÇA DE DEUS E AS DETURPAÇÕES
Desde o primeiro século da igreja até os dias atuais o ensino sobre a graça de Deus tem sofrido deturpações (Rm
1.25; 2Pe 3.15,16). Há aqueles que acham que o homem não pode ser salvo apenas pela graça, fazendo-se necessário a
guarda da Lei (At 15.1,5); e a outros que acreditam que, já que somos salvos pela graça, independente das obras, nada que
façamos de mal depois de salvos poderá nos fazer perder esta salvação (Rm 6.1). Abaixo destacaremos pelos menos dois
principais grupos que deturparam este precioso ensino. Vejamos:
2.1 O Legalismo defendido pelos judaizantes. “Os judaizantes foi um movimento surgido nas primeiras décadas da Igreja
Cristã, cujo objetivo era forçar os crentes gentios a observar a Lei de Moisés (legalismo), principalmente a Lei cerimonial,
que incluía: a prática da circuncisão, a abstinência de alguns alimentos e a guarda do sábado e dias tidos como especiais (Cl
2.16-23). Na verdade, esse movimento pretendia reduzir o Cristianismo a uma mera seita judaica” (ANDRADE, 2006, p.
242). Contra esta pretensão, que contrariava frontalmente a Nova Aliança, levantou-se Paulo veementemente em suas cartas
(Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11; 3.24). Os modernos defensores do novo legalismo procuram enganar os incautos com citação de
textos bíblicos isolados, os quais eles torcem em favor de seus pontos de vista. Portanto, as leis do Antigo Pacto destinadas
diretamente a nação de Israel, tais como: as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas (Lv 1.2-3; 24.10), já não são
obrigatórias para quem está no Novo Pacto (Cl 2.16-17; At 15.24-29; Hb 10.1-4).
2.2 O Antinomismo defendido pelos gentios. Em Romanos 6.1 o apóstolo Paulo faz a seguinte pergunta: “Que diremos
pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?”. Em seguida ele responde: “De modo nenhum” (Rm 6.2-
a). “Paulo destrói a aparente lógica desse argumento apontando que o desejo de continuar pecando (uma vez que o perdão
de Deus esta garantido) mostra que o indivíduo não entendeu o significado da graça ou a gravidade do pecado”

(TOKUMBOH, 2010, p. 1395). Alguns intérpretes da Bíblia alegam que esta pergunta de Paulo foi formulada porque certos
grupos libertinos, levaram seus ensinamentos ao extremo, por exemplo o da justificação pela fé independente das obras
(Rm 3.28). Estes afirmavam que, desde que uma pessoa tivesse fé em Cristo (isto é, cresse nas coisas certas a respeito de
sua divindade e em sua obra realizada para conceder perdão), não importaria se os atos dela fossem bons ou maus. Aqueles
que pensam dessa forma são chamado de antinomistas. A palavra Antinomismo “Do grego “anti” que significa: “contra”, e
“nomos”, “lei”. Alegam os antinomistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés.
Ignoram, porém, serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador
incrustara na alma de Adão. Todo crente piedoso os observa; pois o Cristo não veio ab rogá-los; veio cumpri-los e sublimá-
los” (ANDRADE, 2006, p. 51 – acréscimo nosso).

III – SOMENTE PELA GRAÇA O SER HUMANO PODE SER SALVO
O apóstolo Paulo foi o principal instrumento humano para transmitir o pleno significado da graça em Cristo. Não é
de admirar que mais tarde ele viesse a ser conhecido como “o apóstolo da graça”. Com maestria, ele nos fala sobre a graça
de Deus na epístola aos Romanos de forma abundante (Rm 1.5,7; 3.24; 4.4,16; 5.2; 5.15,17,18; 5.20; 5.21; 11.6). No NT, a
palavra graça no grego é “charis”, que indica “graciosidade, favor”. Abaixo destacaremos algumas verdades sobre este
maravilhoso favor segundo a teologia paulina:
3.1 A graça é um ato soberano (Rm 1.7; 5.15; Tt 2.11). Nos referidos textos, Paulo nos diz que a graça procede
soberanamente de Deus. Isto porque o favor lhe pertence e vem dEle, como sua fonte originária (I Co 15.10; I Pe 5.10).
Segundo a Bíblia Deus manifestou a sua graça em toda a sua plenitude na Pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo (II Co 8.9;
13.13; Gl 1.6; 6.18; Ef 2.7; Fp 4.23; Ap 22.21). “A expressão 'manifestar' no original se relaciona ao substantivo
'epifania', ou seja, 'aparecimento' ou 'manifestação' (por exemplo, do sol ao amanhecer). A graça de Deus surgiu
repentinamente sobre os que estavam nas trevas e na sombra da morte (Ml 4.2; Lc 1.79; At 27.20; Tt 3.4)”

(HENDRIKSEN, 2001, p. 453).
3.2 A graça é imerecida (Rm 3.24; 11.6; Ef 2.5.7-8). A palavra traduzida como graça significa “favor imerecido”. Para
falar sobre este favor imerecido ao pecador, Paulo usa a seguinte argumentação: “Ora, àquele que faz qualquer obra não
lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que
justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.4,5). Nestes versículos, o apóstolo deixa claro que a
salvação é concedida ao homem sem ele merecer. Não há nada que o homem faça para o tornar digno de ser salvo, pois a
graça aniquila qualquer obra que visa receber a salvação por mérito “Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef
2.9). Segundo Soares (p. 76) “A graça é o favor imerecido de Deus para com o pecador; é a bondade para quem apenas
merece o castigo”.
3.3 A graça é suficiente (Rm 3.24; Ef 2.8). Paulo nos mostra que a Lei não é suficiente para salvar o homem. Até porque
seu propósito é revelar o pecado e não extirpá-lo (Rm 7.7). Todavia, a graça de Cristo faz por nós aquilo que a Lei nunca
poderia. Um dos pontos da Reforma Protestante é o “sola gratia” que diz que embora a fé seja o caminho dado por Deus
para a salvação, não é ela quem nos salva, mas a graça “Porque pela graça sois salvos” (Ef 2.8-a). Lutero refutou o ensino
católico romano da salvação pelas obras, alegando com base no que diz a Bíblia, que é pela graça, o favor imerecido de
Deus, que ele nos concede a bênção da salvação (At 15.11; Rm 11.6).
3.4 A graça não faz acepção (Rm 1.16; 3.29; 9.24). Desde o início, a proposta divina sempre foi estender a bênção da
salvação a todos os homens indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). É errôneo pensar embora “todos pecaram” (Rm 3.23),
somente os eleitos serão salvos. Em Tito 2.11 Paulo diz “[...] a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a
todos os homens”. A vinda do Messias mostra claramente que, Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef
6.9; I Pe 1.17). Portanto, a graça de Deus que nos é oferecida mediante o evangelho, é derramada sobre todos em pé de
igualdade, ou seja ela alcança tanto judeus como gentios (Gl 3.14; Ef 3.6).
3.5 A graça pode ser resistida (At 18.5,6). A ideia de que a graça é irresistível está ligada a Agostinho. “De acordo com
ele, a graça de Deus atua incondicional e irresistivelmente nos eleitos, garantindo a salvação deles, produzindo a reação
favorável dos homens para com o evangelho e garantindo que essa reação seja absolutamente completa e eficaz”
(CHAMPLIN, 2004, p. 957). A Bíblia, no entanto, nos mostra que o homem pode por seu livre arbítrio aceitar ou rejeitar o
plano divino para a sua salvação (At 4.4; 9.42; 17.4; Hb 3.15; 4.7). O povo de Israel é a maior prova de que a graça não é
irresistível, pois o apóstolo João diz: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Jesus quando estava
em frente ao Monte das Oliveiras declarou: “Jerusalém, Jerusalém, [...] quantas vezes QUIS EU ajuntar os teus filhos,
[...] e TU NÃO QUISESTE!” (Mt 23.37). Confira ainda: (At 7.51; 18.6).
CONCLUSÃO
Apesar da queda da raça humana, Deus, por sua maravilhosa graça decidiu soberanamente salvar o homem caído
em pecado, por meio de Jesus Cristo. Esta graça alcança a todos os homens indistintamente e apesar de nos salvar
independente das obras, nos impele a uma vida de santificação que é a evidência visível da salvação.

REFERÊNCIAS
• ALMEIDA, Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça. CPAD.
• ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
• TOKUMBOH, Adeyemo. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.

FONTE: Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco


segunda-feira, 18 de abril de 2016

HINO SUGERIDO

Hino SUGERIDO

Hino SUGERIDO

EBD l AO VIVO l Lição 04 - OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO

Pré-aula_Lição 4: Os benefícios da justificação

LIÇÃO 04 – OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO


INTRODUÇÃO
Nesta lição, destacaremos que o ato da justificação concedida por Deus ao homem por meio de Cristo Jesus, trás
consigo muitos benefícios, tais como: paz com Deus, acesso a graça, esperança, reconciliação e glorificação. Veremos ainda
que por causa de um homem, Adão, todos se fizeram pecadores; todavia, por causa também de um homem, Cristo Jesus,
todos poderão ser salvos. Por fim, pontuaremos que a motivação que impulsionou Deus a declarar justo o pecador foi o seu
grande e incomparável amor revelado na Pessoa de Seu Bendito Filho.
I – O QUE SIGNIFICA A PALAVRA BENEFÍCIO
Segundo o Aurélio (2004, p. 285) a palavra “benefício” significa: “serviço ou bem que se faz gratuitamente;
favor; mercê, graça”. A Bíblia nos mostra que Deus graciosamente dispensa benefícios aos seres humanos, no sentido de
prover os meios de subsistência a todos, sem distinção (Mt 5.45; At 17.25). Todavia, dispensa também de forma especial,
favores espirituais e eternos, exigindo-lhes fé em seu Bendito Filho Jesus Cristo (Jo 3.16 Rm 5.20).
II – QUAIS OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO
Depois de falar sobre a necessidade da justificação (Rm 1.18; 3.20) e do meio pelo qual fomos justificados
(Rm 3.21; 4.25), o apóstolo Paulo descreve os frutos da justificação (Rm 5.1-12), como veremos a seguir:
2.1 Paz com Deus (Rm 5.1). O termo grego para paz é “eirene” que nos dá a ideia de “harmonia”, “acordo”, “descanso”
e “quietude”. A paz com Deus só é possível mediante a justificação pela fé. Pois o pecador, em seu estado de pecado,
encontra-se em inimizade com Deus, visto que o pecado é uma violação da vontade de Deus (Os 4.1; Tg 4.4). “Ter paz com
Deus significa que não há mais hostilidade entre nós e Deus e que o pecado não bloqueia o nosso relacionamento com Ele.
Mais do que isso, um novo relacionamento foi estabelecido e assim não mais tememos o resultado do julgamento, mas
vivemos sob a proteção estabelecida por Deus” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 40).
2.2 Acesso a graça (Rm 5.2). Além da paz, Paulo nos diz que em Cristo pela fé temos “acesso a graça”. “No grego a
expressão usada por Paulo é “ten prosagogen” que significa “nossa entrada”. A ideia é a entrada na câmera de audiências
de um monarca. É bom destacar que não vamos até ali por nossos próprios esforços, mas precisamos de um ‘introdutor’ -
que é Cristo” (BEACON, 2006, p. 80 – acréscimo nosso). Diversos textos da Bíblia, nos mostram que a nossa entrada a
presença de Deus encontrava-se bloqueada por causa do pecado (Gn 3.22-24; Is 59.2; Rm 3.23). Todavia, justificados por
Jesus Cristo, as barreiras foram tiradas, para que tivéssemos acesso a graça de Deus (Ef 2.13; I Pe 2.10). Portanto, “Jesus
nos abre as portas à presença do Rei dos reis; e quando essas portas se abrem o que achamos é graça; não condenação, nem
juízo, nem vingança, mas a pura, imerecida, incrível bondade de Deus” (BARCLAY, sd, p. 81 – acréscimo nosso).
2.3 Esperança da glória (Rm 5.2-b). No estado de pecado o homem vive sem paz, sem esperança e sem Deus no mundo
(Ef 2.12). A Bíblia diz que “a humanidade foi criada para a glória de Deus, mas por causa do pecado, “todos foram
destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23). É o propósito de Deus recriar a sua imagem e a sua glória de forma completa em
nós, de modo que possamos estar firmes; e nos gloriarmos na esperança da glória de Deus” (APLICAÇÃO PESSOAL,
2010, vol. 02, p. 40).
2.4 Salvo da ira (Rm 5.9). A expressão “ira” segundo Vine (2002, p. 723) que dizer: “raiva ardente”, “indignação” e
“furor”. Na condição de pecador o homem está sobre a ira de Deus, já no presente (Jo 3.36; Rm 1.18), e irá experimentar
desta ira plenamente no futuro, quando todos os pecadores serão julgados e sentenciados a condenação eterna (Rm 2.5,16;
Ap 20.11-15). Mas, quando justificado, este pecador remido é salvo desta ira presente e futura, pois para ele já não há mais
condenação, visto que este creu que Cristo assumiu a sua culpa quando morreu na cruz (Jo 5.24; I Ts 1.10; Ap 3.10).
2.5 Reconciliação (Rm 5.10,11). No grego a expressão reconciliar “katallage” significa: “restauração à benevolência
divina, conciliação” (PALAVRA- CHAVE, 2009, p. 2257). Segundo Champlin (2004, p. 574), a reconciliação “consiste da
mudança da relação de hostilidade que existiu entre dois indivíduos, passando eles a serem amigos entre si. Essa relação de
hostilidade é alterada para a relação de paz”. Por causa do pecado, o homem quebrou a sua comunhão com Deus (Gn 3.23-
24; Rm 3.23). Porém, apesar de o primeiro Adão ter criado o abismo, o segundo Adão, Cristo, construiu a ponte, nos
reconciliando com Deus (II Co 5.18,19; Cl 1.20,21).
2.6 Glorificação (Rm 5.10-a). Paulo ainda diz que uma das bençãos subsequentes a justificação é a glorificação. No plano
da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma.
A glória de Cristo será partilhada plenamente com seus santos no arrebatamento da igreja (I Co 15.53,54; Cl 3.4; I Jo 3.2).
III – AS DIFERENÇAS ENTRE ADÃO E CRISTO
“O contraste entre Adão e Jesus Cristo é que um único ato de Adão determinou a natureza do mundo; um único ato
de Cristo determinou a natureza da eternidade. Em terminologia moderna, podemos dizer que Adão foi um protótipo
imperfeito, mas Cristo é o original perfeito. Assim como Adão era um representante da humanidade original. Cristo é o
representante da nova humanidade espiritual” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 42). Na tabela abaixo veremos qual o
estado ou condição do homem que está em Adão e do que está em Cristo:
ADÃO CRISTO
Seu nome significa: homem ou humanidade Seu nome significa: Deus salva
Pecou contra Deus (Gn 3.6; Os 6.7; Rm 5.12-a) Obedeceu a Deus (Mt 5.17; Fp 2.8; Hb 5.8)
Nos fez pecadores (Rm 5.19-a) Nos faz justos (Rm 5.19-b)
Prejudicou toda a humanidade (Rm 5.12) Beneficiou toda a humanidade (Rm 5.12-b; 17-b)
Fomos afastados de Deus (Gn 3.24; Rm 3.23) Fomos reconciliados com Deus (Rm 5.10-11; II Co 5.18)
Nele morremos (Rm 5.12,15-a; 17-a; 6.23-a) Nele vivemos (Rm 5.17-b; 6.23-b)
Trouxe a condenação (Rm 5.16-a; 18-a) Trouxe a salvação (Rm 5.16-b; 18-b)
IV – A GRANDEZA DO AMOR DE DEUS
Após falar da justificação como um ato divino de declarar inocente o culpado, o apóstolo Paulo nos fala sobre o
incomparável amor divino, pois este foi a motivação que impulsionou Deus a graciosamente nos conceder graciosamente a
salvação. “O amor pode ser definido como o “sentimento que constrange a buscar, desinteressadamente e sacrificialmente,
o bem de outrem. O amor é o mais alto e sublime atributo comunicável de Deus. João diz que Deus é amor (I Jo 4.8).
Somente o amor seria capaz de predispor a Deus a buscar o bem de uma humanidade corrompida, e que só se ocupava em
quebrantar-lhe as leis” (ANDRADE, 2006, p. 42 – acréscimo nosso). Vejamos o que nos diz Paulo sobre isso:
4.1 O amor de Deus foi aplicado (Rm 5.5). O apóstolo Paulo nos ensina que a razão da confiança por parte dos que tem fé
é que o amor de Deus esta derramado em nosso coração. Quando a pessoa confia em Cristo e o recebe, ela recebe o Espirito
Santo (Rm 8.9), que constantemente a encoraja a manter sua esperança em Deus. “A presença do Espirito Santo em nossa
vida nos torna cientes do amor de Deus, e esse amor nos dá esperança inabalável no porvir. Logo, o cristão nunca deve
desistir diante do sofrimento, pois Deus certamente cumprira suas promessas” (TOKUMBOH, 2010, p. 1394)
4.2 O amor de Deus foi imerecido (Rm 5.6,7). Paulo nos diz que Deus nos amou quando éramos “fracos” (Rm 5.6-a);
“ímpios” (Rm 5.6-b); “pecadores” (Rm 5.8-b); e, “inimigos de Deus” (Rm 5.10), ou seja, não merecíamos tão grande e
excelente amor. Paulo diz que é possível que alguém se encoraje a morrer por um justo, ou seja, por um homem íntegro e
honesto, um cidadão respeitável e bom, uma pessoa útil ou benevolente. Porém, Cristo morreu por nós, sendo nos ainda
pecadores. “Essa é uma demonstração clara do amor de Deus. Ele nos recebe do jeito que estamos e, a partir daí, começa a
fazer algo novo e belo” (RADMACHER, 2010, p. 373).
4.3 O amor de Deus foi provado (Rm 5.7,8). Sem sombra de dúvida, a maior revelação do amor Deus para com a
humanidade está na Pessoa de Cristo Jesus. Em João 3.16, o Senhor Jesus afirmou isso: “Porque Deus amou o mundo de
tal maneira que deu o seu Filho unigênito[...]”. Confira também: (Is 9.6; Mt 20.28; Jo 15.13; Rm 8.32). Jesus veio ao
mundo para mostrar qual é e sempre foi a atitude de Deus para com os homens. Ele veio para provar aos homens
incontestavelmente que Deus é amor. “A morte de Cristo é a mais alta manifestação do amor de Deus por nós. Embora
fôssemos rebeldes e desprezíveis. Cristo morreu por nós para que assim pudéssemos chegar a Deus, ter paz com Ele e nos
tornarmos herdeiros de suas promessas. Cristo não morreu para que nos tornássemos pessoas amadas; Cristo morreu porque
Deus já nos amava e queria nos levar para junto de si” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 41).
CONCLUSÃO
Por causa do seu grande amor pela humanidade, Deus enviou Jesus Cristo ao mundo para que, por meio dele, o
pecador pudesse ser justificado. Essa justificação trás consigo grandes benefícios espirituais, e sem dúvida, o maior deles é
a possibilidade que o homem tem de reatar a sua comunhão com Deus outrora perdida no Éden.
REFERÊNCIAS
• ADEYEMO, Tokumboh. Comentário Bíblico Africano. CPAD.
• APLICAÇÃO PESSOAL, Comentário do Novo Testamento. Vol. 02. CPAD.
• BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. PDF.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• CLAUDIONOR, Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
• HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. Vol 08. CPAD.
• LOPES, Hernandes dias. Comentário Exegético de Romanos. HAGNOS.

OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO

TEXTO ÁUREO:
"Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores." (Rm5.8)
VERDADE PRÁTICA:
A justificação pela fé em Cristo nos libertou de Adão, símbolo do velho homem, para nos colocar em Cristo, onde fomos feitos uma nova criação.
LEITURA DIÁRIA
Segunda – 1Co 15.21 - O pecado entrou no mundo mediante a Queda de um único homem     
Terça – 1Co 15.22 - Todos morreram em Adão e só podem ser vivificados em Jesus
Quarta – 1Co 5.13 - O pecado só pode ser imputado havendo a lei
Quinta – Rm 5.15 - A suprema eficiência da redenção em Jesus Cristo
Sexta – Rm 5.17 - O pecado trouxe morte, mas Cristo trouxe a graça divina
Sábado – Rm 5.21 - A graça e a justiça reinam por intermédio de Cristo

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 5.1-12
1 TENDO sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;
2 Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
4 E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
5 E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
8 Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
11 E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
12 Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.

HINOS SUGERIDOS:          90, 310, 400da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Esclarecer que a justificação pela fé em Cristo nos libertou da lei do pecado e nos fez novas criaturas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar as bênçãos decorrentes da justificação;
Mostrar as bênçãos do amor trinitário;
Explicar as bênçãos decorrentes na nova criação.

• INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, você já parou para refletir a respeito das bênçãos decorrentes da justificação pela fé? Pare e pense no que Cristo fez por você. Louve ao Salvador. Adore-o pela sua graça e redenção.
O Filho de Deus assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. Na cruz Cristo cumpriu a nossa pena nos justificando perante o Pai e fazendo de nós novas criaturas. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé temos paz com Deus (Rm 5.1) e acesso à graça (Rm 5.2). Como pecadores jamais poderíamos pagar a nossa dívida para com o Pai. Quando pela fé recebemos o perdão de Deus, a culpa que perturbava as nossas consciências foi substituída pela graça e misericórdia divina.
INTRODUÇÃO
Nos quatro primeiros capítulos da Epístola aos Romanos, Paulo já havia escrito a respeito das origens e das bases da nossa justificação. Faltava agora falar dos resultados dessa justificação. Que benefícios ela nos trouxe? Quais seriam as bênçãos a ela associada? Paz, alegria, esperança são algumas dessas bênçãos associadas à justificação. Todavia, Paulo vai além, ele mostra que tudo isso só foi possível porque Deus nos fez participante de uma bênção maior — sermos parte da nova criação. Esse fato será mostrado através do contraste feito entre Adão, símbolo da velha criação e Cristo, o segundo Adão, cabeça de uma nova criação.

PONTO CENTRAL
A justificação pela fé nos concede muitos benefícios.

I-A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTIFICADORA (Rm 5.1-5)

1. A bênção da paz com Deus.
No capítulo cinco de Romanos, Paulo mostra os benefícios da justificação pela fé logo no primeiro versículo: "Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com uso que Paulo faz da palavra paz aqui é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significando era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar. Embora os manuscritos mais aceitos do original grego tragam a palavra tenhamos em vez de temos, os teólogos concordam que o argumento de Paulo aqui é a paz como efeito imediato dessa justificação. Assim sendo essa paz deve ser desfrutada aqui e agora. Robertson, erudito em grego bíblico, traduz essa expressão como gozemos de paz com Deus. Portanto, uma paráfrase das palavras de Paulo ficaria da seguinte forma: "Já que fomos justificados por meio da fé, desfrutemos, pois, dessa paz com Deus". Deus tem paz para todos os que foram justificados em Cristo Jesus e deseja que desfrutemos dela.

2. A bênção de esperar em Deus.
Antes de falar da bênção de esperar em Deus, Paulo fala como se deu esse acesso:
fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus" (Rm 5.2). A fé no Cordeiro de Deus nos abriu a porta da graça. Observe o comentário que William Barclay faz a respeito desse texto: "O próprio Jesus nos introduz na presença de Deus; nos abre a porta de acesso à presença do Rei dos reis. E quando se abre essa porta o que encontramos é a graça; não condenação, nem juízo, nem vergonha; senão o intocado e imerecido amor de Deus". A porta se abriu para a esperança. No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro. O futuro não é algo mais desconhecido, porque a fé em Jesus nos tornou participantes do seu reino.

3- A bênção de sofrer por Jesus.
Na lista dos benefícios ou bênçãos vindos da cruz encontramos uma que, no contexto atual, escandaliza muita gente. Paulo tem no sofrimento uma motivação para se gloriar! "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência; e a experiência, a esperança" (Rm 5.3,4).

A palavra grega thlipsis, traduzida em português como tribulação, significa pressões, dificuldades e sofrimentos. Que tipo de fé era essa que se alegrava
no sofrimento? Era a fé pura, sem os resquícios da Teologia da Prosperidade, sem os paliativos espirituais criados para entreter os cristãos modernos.

SÍNTESE DO TÓPICO l
Com a justificação pela fé recebemos a bênção da paz com Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Inicie o tópico fazendo a seguinte indagação: Quais são as bênçãos de correntes da justificação?" Incentive a participação de todos e ouça os alunos com atenção. Em seguida copie no quadro o esquema abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos algumas das bênçãos decorrentes da justificação. Leia e discuta as referências bíblicas com os alunos.

         OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO
1. Paz com Deus (5.1).       
2. Acesso à graça, pela fé (5.2). 
3. Esperança da glória de Deus (5.2), 
4 Alegria nas tribulações (5.3-5).
5. O amor divino derramado em nós (5.5b).
6. O amor de Deus demonstrado a nós através da morte de seu Filho   (5.6-11).


II-AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rrn 5.5-11)

1. O amor que o Pai outorga.
A visão que Paulo possui a respeito do Senhor é muito diferente da do judaísmo dos seus dias. O Deus que Paulo está revelando em suas epístolas é amor. Por isso, muito diferente daquele que os judeus conheciam.  
A expressão amor de Deus, que aparece em Romanos 5.5, no original está no caso genitivo, indicando origem ou posse. Deus é a origem e a fonte do amor. Embora o antigo Israel houvesse quebrado a aliança, sendo digno de punição, Deus em seu amor infinito o procura para uma reconciliação. Esse é o amor que perdoa.
O Deus da teologia paulina ama suas criaturas e como prova maior desse amor enviou seu Filho para morrer por elas (Jo 3.16). A justificação pela fé nos dá uma nova percepção da pessoa de Deus e seus atributos, e essa percepção mostra que Ele é amor.

2. O amor que o Espírito distribui.
Deus é a fonte do amor e o Espírito Santo é quem o instrumentaliza na vida do crente. Paulo diz que o amor de Deus está "[...] derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5.5b).

O apóstolo tem em mente a profecia de Joel 2.28 e o evento de Pentecostes em Atos dos Apóstolos 2.4, onde há a infusão do Espírito Santo sobre os crentes. Há alguns fatos interessantes com o tempo verbal grego (tempo perfeito) da palavra ekchéo, traduzida aqui como derramar. Esse verbo enfatiza uma ação passada, mas que continua com os efeitos no presente. É como se ele dissesse, "o amor de Deus foi derramado em nossos corações no passado quando cremos no Senhor, mas seus efeitos continuam vivos no presente". Temos, pois, razão para amarmos porque o Espírito Santo faz-nos viver esse amor.

3. O amor que o Filho realiza.
O amor é originário do Pai, operacionalizado pelo Espírito e realizado pelo Filho. Cristo é a manifestação suprema do amor de Deus (Rm 5.6-8). Se quisermos conhecer o amor de Deus, basta olharmos para Cristo, o bendito Filho de Deus.

SÍNTESE DO TÓPICO II
Com a justificação pela fé recebemos a bênção do amor trinitário.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
O amor divino derramado em nós (5.5b)
Temos a força que energiza a nossa esperança que é "o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo', Esse amor só é derramado sobre um coração justificado, O interessante desse versículo é o destaque ao amor que Deus tem por nós, e não o amor que ternos para com Ele. Descobrimos também neste versículo a participação das três Pessoas da Trindade na nossa justifica cão. Clifton J, Allen, em seu Comentário aos Romanos, escreve sobre isto: "As três Pessoas da Trindade têm sua parte na nossa salvação. Deus nos justifica por causa da nossa fé. Sua justiça se torna possível por causa da redenção dada por Cristo, O Espírito Santo nos torna cônscios da nossa necessidade, faz com que exerçamos a fé, e faz transbordar os nossos corações com o amor de Deus. O amor de Deus satisfaz a terna afeição do coração ou corresponde ao desejo do coração1. Portanto, recebemos o amor de Deus em nossos corações e somos transbordados de alegria, graça, poder e vida nova" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed» Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.64,65).

VOCÊ SABIA?
Dois Adãos (Rm 5.11-21)
Os teólogos se encantam com essas passagens e discutem exatamente sobre como a morte foi transmitida a todos os homens através do pecado de Adão. Essa questão para Paulo é de ordem prática. A nossa herança racial de Adão é de pecado, morte, alienação. Agora, no entanto, pertencemos a Cristo, o fundador de uma nova raça. Nossa herança nele é de justiça e vida."

Ill- AS BÊNÇÃOS DA NOVA RIAÇÃO (Rm 5.12-21)

1. O homem em Adão.
Os efeitos e as bênçãos da justificação são agora ilustrados por Paulo com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo fala do "homem em Adão", em Romanos 5.12-14. Existem várias interpretações a respeito deste texto bíblico, mas a ideia mais aceita pelos intérpretes é que Adão, como cabeça da raça humana, representava toda a humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois, todos descenderam de Adão. Para Paulo, o "homem em Adão", símbolo da velha criação, está condenado; em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela morte. O homem em Adão é, portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança para ele.

2. O homem em Cristo.
O contraste entre Adão e Cristo é feito com cores vivas pelo apóstolo em Romanos 5.15-17. O "homem em Cristo", símbolo da nova criação de Deus, é justificado, obediente, dominado pela graça e dominado pela vida com Deus.
O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida. É exatamente isso que o apóstolo ensina em outro lugar aos cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais; escolhidos nEle antes da fundação do mundo para sermos santos; fomos feitos filhos de Deus; temos a redenção dos nossos pecados pelo seu sangue e fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.1-13).

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Reproduza o quadro da página seguinte. Leia com os alunos Romanos 5.15-21 e em seguida, utilizando o quadro faça um contraste entre Adão e Cristo.

ADÃO
1. Peia ofensa de um só, morreram muitos (v. 15).
2. Unia só ofensa e todos foram condenados (v. 16),
3. Pela ofensa de um, reinou a morte sobre todos (v. 17).
4. Por uma só ofensa veio o juízo todos (v. 18).
5. Pela desobediência de um homem, todos se fizeram pecadores (v. 19).
6. Pela ofensa de um só, abundou o pecado (v. 20).
7. O pecado reinou peia morte (v. 21).

CRISTO
1. Peto dom da graça de UM só homem, a graça foi abundante sobre muitos (v. 15).
2. A graça de um só homem transcorre de muitas ofensas (v. 16),
3. Peia justiça de um só reinou a vida (v. 17).
4. Por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos (v. 18),
5. Pela obediência de um homem, muitos se tornaram justos (v. 19).
6. Pela justiça de um só, superabundou a graça (v. 20).
7. A graça reinou pela justiça (v. 21).

SÍNTESE DO TÓPICO III
Com a justificação pela fé recebemos a bênção do novo nascimento.

CONCLUSÃO
O capitulo cinco de Romanos mostra de que forma Deus amou os homens. Ele os encontra pecadores, ímpios, e indiferentes ao seu propósito. Mas, mesmo assim os ama. Numa demonstração inimaginável de amor, Ele os justifica pela fé na pessoa bendita de Jesus Cristo e os abençoa com todas as bênçãos espirituais. No capítulo 5 de Romanos o amor de Deus parece romper todos os limites. Não é pelo que fazemos, mas pelo que Cristo fez por nós! Como disse certo autor: "Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais e não há nada que eu possa fazer para Ele me amar menos".

PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
• Qual era o significado da palavra paz no Antigo Testamento?
O uso que Paulo faz da palavra paz é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significado era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.
• Qual o primeiro benefício da justificação?
A paz com Deus.
• Qual o significado da palavra esperança no contexto de romanos?
No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro.
• Quem é a origem, fonte do amor?
Deus é a origem e a fonte do amor.
• Faça um contraste entre Adão e Cristo.
O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida.



quarta-feira, 13 de abril de 2016

HINO SUGERIDO HARPA CRISTÃ 464 PLENA GRAÇA

Hino sugerido da Harpa Cristã nº 156 A Ovelha Perdida

Hino sugerido da Harpa Cristã nº 27 Amor que Vence

Justificação, somente pela fé em Jesus Cristo.

Para explicar a doutrina da Justificação pela Fé, o apóstolo Paulo usa dois tipos de linguagem na carta: a do judiciário e a do sistema de sacrifício levítico. Como o apóstolo pretende convencer o seu público leitor, os judeus, bem como os gentios, de que mais do que observar o sistema de Lei como requisito para a salvação, Deus havia manifestado a sua graça justificadora lá no tempo da Antiga Aliança por intermédio do pai da fé, Abraão, o apóstolo afirma com todas as letras: "Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. [...] Pelo que isso lhe foi também imputado como justiça" (Rm 4.16,22). Dessa forma, o apóstolo argumentava ao judeu de que, mesmo o gentio não tendo a Lei, a condição do gentio em relação a Deus em nada é inferior ao do judeu. Em Jesus, pela fé mediante a Graça de Deus, o gentio é filho de Abraão por intermédio da fé, que é pai tanto do judeu quanto do gentio achado por Deus (Rm 4.9-13).

A linguagem judiciária da Justificação

Ser justificado por Deus é ser inocentado por Ele mesmo da condição de culpado pelos atos. Ou seja, o indivíduo não tem quaisquer condições de se auto- declarar inocente ou de aliviar a sua consciência, pois sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso, Deus, em Cristo, na cruz do Calvário, nos reconciliou para sempre (2 Co 5.19). De modo que o apóstolo Paulo ratifica esse milagre: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus" (Ef 2.8).

A linguagem sacrifical da Justificação

Trocar o culpado pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi derramado no lugar do sangue da humanidade. Foi a substituição vicária de Cristo Jesus por nós. Éramos culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós; éramos malditos, Cristo se tornou maldito por nós; éramos dignos de morte, Cristo morreu em nosso lugar e por nós (Rm 3.25).
A linguagem judiciária e sacrifical da justificação nos mostra um Deus amoroso e misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que deixa clara a real condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos todos carentes da graça e da misericórdia do Pai.


A JUSTIFICAÇÃO

1. A justificação é um ato divino. A justificação é uma declaração de Deus, segundo a qual todos os processos da lei divina são plenamente satisfeitos, por meio da justiça de Cristo, em benefício do pecador que o recebe como salvador. Justificação significa mudança de posição espiritual diante de Deus: de condenados para justificados. Esta é a única maneira do homem ter comunhão com Deus, apresentando-se a Ele sem culpa.
A obra redentora resultante do sacrifício expiatório, efetuado por Cristo na cruz, propiciou a maior de todas as dádivas de Deus — a salvação do indigno e miserável pecador.

2. A justificação testificada pela lei e pelos profetas (v.21). A justificação do pecador, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por meio de várias profecias no Antigo Testamento (Is 53.11; 45.22-25; 61.10; Jr 23.6; 33.16; Sl 85.10; Gl 3.7). Em Gênesis 3.21, por exemplo, encontramos uma nítida figura do propósito divino neste sentido. Deus cobrira graciosamente a nudez de nossos primeiros pais, Adão e Eva, após terem pecado. Outro exemplo digno de nota é o de Abraão que foi justificado por Deus somente pela fé (Gn 15.6); fato transcendental que a Bíblia confirma em Romanos 4.3.
A lei mosaica não tinha a intenção de alcançar a justiça pelo esforço humano, mas de revelar a justiça de Deus (Rm 8.4; 10.4,10; At 10.39). Os sacrifícios da lei não visavam retirar os pecados, mas cobri-los temporariamente até que Cristo viesse como o sacrifício perfeito e substitutivo (Êx 12.1-23; Jo 1.29). As ordenanças, rituais, sacrifícios e princípios de vida piedosa ensinados no Antigo Testamento, embora divinamente inspirados, não podiam quitar as “dívidas” da humanidade, e muito menos, transformar o perdido pecador num justo.

 A JUSTIÇA DE DEUS

1. A justiça de Deus na dispensação da graça. A expressão “justiça de Deus”, na Epístola aos Romanos (1.17; 3.21,22) e em outras passagens, refere-se ao tipo de justiça que o Senhor aceita para que o homem tenha comunhão com Ele. Essa justiça resulta da nossa fé em Cristo segundo o evangelho. Em outras palavras, a justiça é o próprio Cristo (1Co 1.30; 2Co 5.21; Fp 3.9).
Por ter sido um ardoroso representante do legalismo, Paulo não cessava de enaltecer a manifestação da justiça divina em sua vida (Fp 3.4-6). Não perdia a chance de enfatizar que é impossível ao homem justificar-se diante de Deus através de suas próprias obras (Fp 3.9; Gn 2.16; Tt 3.5).


2. A justiça de Deus pela fé. Na Epístola aos Romanos, capítulos 3 e 4, Paulo ensina que não há outro meio pelo qual o homem alcance a salvação senão pela fé em Cristo. Por sua vez, o escritor aos Hebreus, no capítulo 11 de sua epístola, mostra que somente pela fé o crente será vitorioso em todos os sentidos.
Este mesmo princípio é encontrado em Romanos 4.5, onde a Bíblia declara que quem “não pratica (boas obras), porém crê nAquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça”.

III. CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO DIVINA

1. A justiça divina alcança a todos. Assim como o pecado tornou-se universal, a justificação destina-se a todos quantos queiram ser salvos (Tt 2.11). A expressão “para que todo aquele que nele crê não pereça” (Jo 3.16) abrange a todos, indistintamente.
Todos os que se arrependem de seus pecados e crêem em Jesus como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça de Deus, conforme está escrito: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Esta “multiforme graça” alcança de igual modo todas as pessoas de todas as raças, culturas, níveis sociais, idades e circunstâncias (Jo 6.37). Ninguém é bom o suficiente para se salvar, como também não é tão mau que não possa ser salvo por Jesus.

2. A justiça de Deus é concedida gratuitamente mediante a graça. Desde que Adão e Eva pecaram contra o Senhor, a lei não tem feito outra coisa senão revelar a culpa universal do ser humano e a justiça do Todo-Poderoso. A graça que procede do amor do Pai reina por meio da justiça, como afirma Romanos 5.21.

É mediante o sacrifício de Cristo sobre a cruz, como perfeito substituto do culpado, que Deus justifica o pecador, quando, arrependido, crê em seu Filho para a salvação (Gn 3.13; 1 Pe 2.24; Rm 10.10). Esta é a maior demonstração da justiça divina. O Altíssimo continua sendo justo mesmo justificando um pecador (Rm 3.26).

3. É propiciada por Cristo (v.25). “Ao qual Deus propôs para propiciação no seu sangue”. Propor significa “apresentar perante todos”, ou seja, o Pai constituiu o Filho, feito homem perante o mundo, como Salvador da humanidade (Jo 1.14; Mt 1.20-23; Gl 4.4,5).
“Propiciação” (v.25) é Cristo morrendo em lugar dos perdidos a fim de salvá-los. É a remoção da ira divina por meio de uma oferta, de uma dádiva.

O Tabernáculo com seus objetos, sacrifícios e sacerdócio prefigurou como sombra, entre outros elementos da salvação, a propiciação. Onde há sombra há realidade (Cl 2.16,17; Hb 10.1). Examine também: Sl 32.2; Mt 20.28; Jo 1.29; Rm 4.7,8; 1Co 15.3; 2Co 5.19,2; 1Jo 2.2; 4.10. Propiciação é uma referência ao propiciatório. Este encontrava-se no Lugar Santíssimo do Tabernáculo onde o sumo sacerdote entrava apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação, para sacrificar em favor do povo. Ali, ele aspergia o sangue expiador do sacrifício como símbolo da quitação ou remissão correspondente ao castigo de seus pecados e dos pecados do povo.

Jesus é o verdadeiro Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Is 53; Jo 1.29; Lc 23.46; Gl 4.4,5). Foi Deus que estabeleceu todas as coisas concernentes a Jesus, a fim de salvar-nos (At 2.23). Expiação tem a ver com o pecado; propiciação, com a atitude de Deus para com o pecador arrependido; e redenção, com a pessoa do pecador. Tudo efetuado por Deus em Cristo (1Tm 2.6; 1Pe 1.18,19; At 20.28).

4. É outorgada por Deus. A justificação do pecador perante Deus procede da sua graça (Rm 3.24) . Ela foi efetuada e é garantida pelo sangue de Jesus, como sua base (Rm 5.9). É obtida através da nossa fé em Cristo (Rm 3.28); a fé sem as obras humanas é o meio estipulado por Deus para nossa justificação (Gl 2.16). A ressurreição de Cristo é a garantia da perenidade de nossa justificação (Rm 4.25). Se alguém deseja ser justificado e sair da lista dos que estão sob a ira de Deus, deve crer em Cristo (Rm 1.16,17; 3.3,21,22). O único requisito estabelecido por Deus para que o pecador seja justificado é que venha a Cristo pela fé, aceitando-o como seu único Salvador.

A MENSAGEM PROVENIENTE DA CRUZ DE CRISTO

1. Salvação sem vanglória e méritos humanos. Visto que a nossa salvação consiste somente na obra redentora de Cristo consumada na cruz, o homem não tem motivo algum para se vangloriar porque “nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”, a não ser o nome de Jesus (At 4.12).

2. Salvação oferecida a todos. A preservação da vida de Raabe e sua família (Hb 11.31); a bênção sobre a vida de Rute (Rt 4.13-22); e a cura de Naamã (2 Rs 5.1-14), são apenas alguns exemplos de que Deus é Senhor e abençoador de todos. Ele quer salvar a todos (Tt 2.11; Mt 11.28; Jo 6.37; Ef 4.6). O profeta Jonas testificou que Deus é misericordioso para aceitar a qualquer um que se arrependa de seus pecados (Jn 4.2). O Evangelho de João 1.12 confirma este propósito de Deus: salvar a todos (Jo 1.12). Jesus também o declarou (Jo 3.17; 5.24). Infelizmente, muitos são os que rejeitam o convite da graça de Deus e acabam por desprezar a Cristo, acarretando sobre si a ira divina.

CONCLUSÃO

O castigo divino pelo pecado não poderia ser protelado indefinidamente. A justiça divina concernente aos delitos do homem deveria ser satisfeita. Assim, Cristo veio e satisfez em definitivo nossa dívida no Calvário, tornando-nos, a todos os que cremos nEle, justificados perante Deus.

Subsídio Teológico

“A Justificação
Assim como a regeneração leva a efeito uma mudança em nossa natureza, a justificação modifica a nossa situação diante de Deus. O termo ‘justificação’ refere-se ao ato mediante o qual, com base na obra infinitamente justa e satisfatória de Cristo na cruz, Deus declara os pecadores condenados livres de toda a culpa do pecado e de suas conseqüências eternas, declarando-os plenamente justos aos seus olhos. O Deus que detesta ‘o que justifica o ímpio’ (Pv 17.15) mantém sua própria justiça ao justificá-lo, porque Cristo já pagou a penalidade integral do pecado (Rm 3.21-26). Constatamos, portanto, diante de Deus como plenamente absolvidos.

Para descrever a ação de Deus ao justificar-nos, os termos empregados pelo Antigo Testamento (heb. tsaddiq: Êx 23.7; Dt 25.1; 1Rs 8.32; Pv 17.15) e pelo Novo Testamento (gr. dikaio: Mt 12.37; Rm 3.20; 8.33,34) sugerem um contexto judicial e forense. Não devemos, no entanto, considerá-la uma ficção jurídica, como se estivéssemos justos sem, contudo, sê-lo. Por estarmos nEle (Ef 1.4,7,11), Jesus Cristo tornou-se a nossa justiça (1Co 1.30). Deus credita ou contabiliza (gr. logizomai) sua justiça em nosso favor. Ela é imputada a nós.

Em Romanos 4, Paulo cita dois exemplos do Antigo Testamento como argumento em favor da justiça imputada. A respeito de Abraão, diz que ‘creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado [heb. chashav] isto por justiça’ (Gn 15.6). Isto ocorreu antes de Abraão ter obedecido a Deus no tocante a circuncisão, sinal da aliança. De modo talvez ainda mais dramático, Paulo cita Salmos 32.2, no qual Davi pronuncia uma bênção sobre ‘o homem a quem o Senhor não imputa maldade’ (Rm 4.8; 2Co 5.19) [...]” (PECOTA, Daniel B. A obra salvífica de Cristo. In HORTON, S. M. Teologia Sistemática. RJ: CPAD, 1996, p.372).


Fonte:http://valorizeaebd.blogspot.com.br